Masahiko Kimura, vs Hélio Gracie

Kimura, em 1941.

em 1949, depois de competir no Havaí, Kimura e sua trupe de wrestling profissional formada pelo 6º dan Toshio Yamaguchi e 5º dan Yukio Kato viajaram para o Brasil a convite de Ryo Mizuno do Jornal São Paulo Shimbun. A ideia havia sido proposta pelo judoca residente Takeo Yano devido à sua inimizade muito pública com os irmãos Carlos e Hélio Gracie, praticantes de “Jiu-jitsu” (como o judô era chamado no Brasil na época). Yano competiu contra Hélio em uma luta de jiu-jitsu em 1937, dominando a luta, mas sendo incapaz de evitar um empate por tempo, então ele pediu uma revanche ao longo dos anos sem sucesso (ele também havia trabalhado extensivamente em catch wrestling eventos com George Gracie, que não era considerado estar ao lado de Carlos e Hélio na época). Esperando que a trupe de Kimura atraia o interesse de Gracie por uma partida de desafio, Yano e seu parceiro Yasuichi Ono ajudaram Mizuno a trazê-los para o Brasil.

quando a trupe chegou a São Paulo, Kimura foi agraciada com o título fictício de “campeão mundial de Jiu-jitsu” pela imprensa brasileira, que viu isso como uma oportunidade para chamar a atenção. Os jornais também saudaram os três judocas como faixas pretas legítimas na arte do Jiu-jitsu, enquanto ridicularizavam os irmãos Gracie como faixas pretas falsas. Como esperado, Hélio Gracie desafiou o suposto campeão para uma partida, embora exigindo que Kimura lutasse com o aprendiz de Gracie Pedro Hemeterio primeiro para provar que ele era um verdadeiro campeão. Em resposta, a trupe exigiu que Hélio enfrentasse Yukio Kato, o membro mais baixo do grupo e o mais semelhante a ele em tamanho, pesando cerca de 70 kg (154 libras). Depois de algumas negociações, Hélio aceitou e treinou para lutar contra Kato. Como Yukio era relativamente inexperiente em partidas de desafio, enquanto Gracie tinha vários em seu registro, a luta foi anunciada como uma luta especial entre um profissional e um amador.

Gracie, em 1952.

Kato e Hélio enfrentaram em 6 de setembro de 1951 no Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro. A partida de três rodadas foi controlada por Kato graças à sua superioridade no arremesso, mas os tapetes eram muito macios para tornar seus lances decisivos e, portanto, Hélio foi capaz de realizar ukemi-waza até o final do tempo, terminando a partida em empate. Como as multidões estavam insatisfeitas, Kato ofereceu a Hélio uma revanche, desta vez sem limites de tempo. A partida aconteceu no dia 29 de setembro no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo. Novamente, Kato dominou as primeiras rodadas e jogou Hélio várias vezes, até jogando-o para fora do ringue em um ponto. Depois de meia hora de luta, Kato decidiu levar a luta para o chão e tentou sufocar Gracie com juji-jime, o que fez com que eles se enredassem com as cordas do anel quando Hélio tentou combater com o seu próprio. Naquele momento, Kato congelou na crença de que o árbitro interromperia a ação para desembaraçá-los e arrastá-los para longe das cordas, mas isso não aconteceu, o que permitiu que Hélio travasse seu estrangulamento durante o erro de Kato. Embora Kato, a quem as cordas impediram de reposicionar, tentou combatê-lo retomando seu controle, ele perdeu a consciência, forçando Kimura a jogar a toalha.

Enquanto jornais imediatamente questionado Hélio vitória, com o Diário de Notícias apontando a ilegalidade de sua ação, a perda ainda afetado a trupe reputação entre a população Japonesa do Brasil, que agora vi como phonies. Os alunos de Gracie desfilaram pelas ruas carregando um caixão, simbolizando a derrota de Kato, e Hélio desafiou o próximo Toshio Yamaguchi, o segundo em classificação e experiência dos três homens japoneses. Yamaguchi aceitou, mas Kimura se ofereceu para lutar em seu lugar. Foi anunciado que Yamaguchi rejeitou o desafio por medo de lesão e que ele seria substituído por Kimura, e a partida foi marcada em 23 de outubro. Até então, Hélio treinou na Academia Gracie, enquanto Kimura treinou na Academia Yasuichi e Naoichi Ono. A expectativa era tal que, de acordo com Georges Mehdi, Kimura foi avisado pela embaixada japonesa de que não seria recebido de volta ao Japão se perdesse a partida.Um incidente peculiar aconteceu três dias antes da luta, quando um jornal publicou uma manchete dizendo que Kimura não era um artista marcial japonês, mas um blefe de ascendência Nipo-peruana (ou Cambojano, de acordo com o relato de Kimura). Kimura foi forçado a apresentar seu passaporte na embaixada japonesa para fazer o jornal retificar.

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